Páginas

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Metamorfose - Capitulo 4


                                                      Capítulo 4 - Confusão de Coração



Arthur POV


Fiquei totalmente embasbacado e vidrado quando seu lençol caiu. Mas, droga! Sei que devo ter passado da conta na
noite que se passou... Ela mal me olha nos olhos! Raios, por que fui beber ? Ela está morta de medo de mim!
- Certo... – meio que murmurei sem jeito - Ainda bem!
Virei-me de costas, mergulhando no armário em busca de roupas. Distraído, apanhei umas ao acaso enquanto
continuava pensando em algo inteligente e simpático para dizer. Me vesti de costas para ela,
sentindo o olhar fixo em mim. Vesti as calças rapidamente, com a mente ainda em branco. Eu, famoso por ter resposta
pra tudo, não conseguia juntar duas palavras para dizer pra minha mulher com quem tinha passado a noite... Se bem que esse era o problema... Ter passado a noite com ela.
De tudo o que já fiz até hoje, a noite passada foi um dos maiores erros de sempre... Nunca deveria ter lhe forçado,
independentemente de ter bebido!
Enfiei a camisa, lutando com as mangas que pareciam fora dos locais habituais.
- Vou sair, não tenho hora pra voltar - Falei ainda de costas agarrando uma blusa de frio do guarda-roupa e
derrubando outros dois sem querer. Praguejei mentalmente enquanto tornava a pendura-los desajeitadamente – Melhor
não me esperar para o jantar!
- Ok – a voz o murmurio de sempre. Olhei-a de relance. A cabeça baixa, a face praticamente tapada pelo longo cabelo
cacheado.
Com as lembranças daqueles cabelos entre meus dedos me voltando à mente, virei-me rapidamente para a porta, saindoo mais rápido que podia.
Queria conversar com alguém... Ninguém melhor que Chay!
- O que quer, muleque ? - Chay saiu do quarto de seu apartamento com cara de sono - Quero dormir!
- Não quando seu melhor amigo está com problemas - fiz que não com a mão - Isso não pode!
- Oque é ? Fala logo - Me deu um tapa na cabeça
- Lua
- Aí cara, vai dizer que encoxou ela denovo ?- Chay riu
- Antes fosse - Chay me olhou sem entender - Acho que a gente, ér... hãn - gesticulei com as mãos - como posso explicar ?
- Já entendi meu filho, já entendi. - Passou a mão pelos olhos, tentando acordar - Como deixou isso acontecer ?
E o mais importante... Como ela é ? Foi bom ?
- Ai meu Deus... Eu não me lembro. Isso é o pior
- Como não se lembra ?
- Eu bebi demais ontem, e... - hesitei em continuar
- E ... ? - Me encorajou
- E acho que forcei Lua à ficar comigo. - Chay me olhou de boca aberta, como se fosse incapaz de falar. E eu me
senti um canalha de novo. É...eu era esse tipo que tinha forçado a propria mulher na cama...e nem meu melhor amigo
mala era capaz de esconder o choque
- Caramba... - Me olhou ainda assustado - Você se lembra de alguma coisa ? Sequer um pouco?
- Não muito... – admiti. - Chay passou a mão no cabelo e deu uma volta pela sala. Parecia realmente chocado.
- Cara... Mas se voce não lembra de muito, como sabe que a forçou? - Hesitei um pouco.
- Cara... Mas se voce não lembra de muito, como sabe que a forçou? - Hesitei um pouco.
- Eu lembro de algumas coisas... E em tudo o que eu lembro ela não parecia muito... como posso dizer... –
gesticulei – participativa. - Chay sentou-se novamente, me olhando sem saber o que dizer.
- Cara... – parecia ser a única palavra de que se lembrava.
- E tem mais – acrescentei – hoje de manhã ela tinha machucados...Marcas roxas nos pulsos, o lábio machucado...
- Nossa, cara... Você definitivamente ficou maluco - Elevou a voz
- Eu não tive culpa... Eu acho! Estava bêbado
- Mas por que diabos foi beber, Arthur ? - Chay parecia bravo - Olha o que tu fez com ela... E se ela ficar
traumatizada ?
- Bebi por raiva... Surpresa... Não sei ao certo - balancei a cabeça - Fiz uma grande besteira, não fiz?
- Bebi por raiva... Surpresa... Não sei ao certo - balancei a cabeça - Fiz uma grande besteira, não fiz?
- Fez, cara. Sem a mínima dúvida... - Chay me encarou, sério - O que você fez, SE realmente fez, foi muito sério...
- Eu ainda não acredito que fiz isso. - Coloquei as mãos no rosto - Se pudesse voltar atrás... Se pudesse fazer algo...
- Você pode - Me assustei
- Como ?
- Você pode, meu filho. Você mandou mal com ela durante esse casamento todo, e ela sempre perdoou você! Eu tenho
certeza que se você falar com ela e tentar perceber o que REALMENTE aconteceu ontem vai ser melhor para todos...E
você pode se desculpar com ela... - Fiquei em silêncio. Verdadeiramente seria bom esclarecer as coisas...
- E então ?
- Vou falar com ela - Respondi, certo de que iria fazer mesmo aquilo.

Lua POV

Sentada na cozinha, olhando para o forno, não conseguia parar de pensar no Arthur. A noite passada não saía da minha cabeça. Não conseguia parar de pensar, de recordar, de desejar... Olhei de novo o forno, desconsolada. Estava até fazendo o prato preferido de Arthur: a sua adorada lasanha!
Durante a tarde tinha vivido nas nuvens alimentando a ilusão (tonta!) de que ele voltaria para casa, sorriria para mim e quem sabe as coisas entre nós pudessem ser como eu sonhava desde que tínhamos casado...
Pousei a cabaeça sobre os braços estendidos na mesa. Sim, eu tinha sonhado. Mas o dia tinha passado e o Arthur não tinha voltado para casa. Ele não tinha telefonado, aparecido ou dito o que quer que fosse... e áquela hora, além da noite que passámos juntos e da lasanha que ainda estava no forno, outro pensamento rondava minha cabeça...
Onde estava ele? E, acima de tudo, com quem ele estava? Estaria ele me evitando? Teria ele odiado a noite que passamos ontem? PIOR, estaria ele com outra mulher?...
Certo, ele disse de manhã que não tinha hora para voltar... mas já estava ficando tarde demais!
Me levantei da cadeira para desligar o forno. Arthur não ia voltar mesmo...e eu não queria que a lasanha queimasse. Olhei tristemente a travessa através do vidro fosco. Tantos planos para o jantar de hoje... E todos perdidos! Voltei a me sentar, apoiando a cabeça entre os braços cruzados, pensando pela milionésima vez onde estaria Arthur. Voltaria ainda hoje para casa?

Arthur POV


E pra onde foi toda a coragem que tinha ? NÃO SEI. Provavelmente virou capim, servindo de comida para vacas. É, bela comparação, senhor Arthur. Mas, acho que aconteceu isso mesmo... Porque, depois de sair da casa de Chay, toda a motivação que tinha para falar com Lua pareceu sumir num passe de mágica. O que eu provavelmente devo ter feito - já que não me lembrava de quase nada que aconteceu - foi ruim demais para ter que encara-la. Passei o sábado inteiro trabalhando e isso não foi muito legal, mas apenas lá eu poderia ficar em paz e pensar na besteira que fiz. Droga! - Murmurei, olhando o relógio. Já eram dez da noite, resumindo... Hora de voltar para casa! E, inevitávelmente, encarar Lua. Já na porta de casa, me sentia extremamente nervoso. Como falaria com ela ? Ela ainda estaria com muito medo de mim ?
De acordo com que meus passos iam ficando mais próximos da porta, meu nervosismo ia às alturas. Estava ficando cada vez mais desencorajado Ao cruzar a porta, senti um cheiro muito familiar. MUITO, MAS MUITO FAMILIAR! Era o cheiro da lasanha de Lua... Hm, nada melhor que comer meu prato preferido e esquecer dos problemas. Mas esse pensamento logo tratou de sair de minha cabeça, quando me deparei com aquela cena.
Lua dormia sentada na cadeira, com a cabeça sobre os braços cruzados. Estaria ela com tanto medo assim que a ideia de voltar para a cama onde dormíamos todas as noites lhe apavorava tanto assim ?Fiz uma careta diante do pensamento. Então quer dizer que a lasanha era apenas um agrado ? Ela estava com medo de que eu repetisse o ato? Oras, não sou um monstro.
Andei até a mesa, balançando-a um pouco, ouvindo alguns resmungo
- Lua, acorde. - Ela abriu os olhos, me encarando - Do jeito que está, pode ter dor nas costas. - Ela se levantou,
ainda me encarando, com os olhos vermelhos - Vamos, vá para o quarto descansar.
- Arthur... - Pausou - Tem lasanha no forno pra você
- Sim, eu vou comer - Afastei-me da porta para que ela passasse - Agora vá dormir.
- Ok.
Lua subiu as escadas, e eu fui em direção ao forno. A lasanha estava com uma bela aparência... Pedindo que eu lhe
devorasse. Fui para a sala com meu prato, ligando a TV. Pretendia ficar um pouco por ali...
Já era madrugada. Desliguei a televisão, e adentrei o quarto. Lua dormia tranquilamente... Sua cabeleira loira presa em um rabo-de-cavalo. Aquela pele... Tão convidativa à acariciar. Parecia sonhar... Tinha um lindo sorriso no rosto, quem à visse diria que estava feliz. Felicidade... Eu gostaria de conhecê-la. Desci os olhos voltando ao rosto de Lua. Minhas pernas pareciam ganhar vida própria, e, neste momento, eu só sentia vontade de lhe acariciar o rosto. Sentei-me na beirada da cama, lhe observando. Acariciei seu rosto... Sua pele realmente muito macia...
Era tão cheirosa... - pensei enquanto lhe cheirava o pescoço. Minha mão foi descendo, descendo... Parecia não querer mais sair daquele corpo.
Lua se remexeu. Me afastei, assustado. Não acreditava no que havia feito instantes atrás. Ela era a mesma Lua de sempre, sem tirar nem por. E pra piorar, sentia medo de mim.

A manhã havia sido normal... Silêncio. Um silêncio meio perturbador.
Agora que já estava na empresa, me sentia bem aliviado. Apenas ouvindo o som das teclas de meu notebook... Era bom estar sozinho de vez em quando. Ainda tentava encontrar um jeito de reverter a situação com Lua, mas pelo jeito que estava, tudo voltaria ao normal rapidamente. Ouvi batidas na porta. Pronto, é agora que o sossego acaba! Murmurei um 'Entre' meio raivoso, logo visualizando Pérola. Lá vinha aquela voz irritante perturbar meu "momento de paz"!
Tinha um bico enorme nos lábios, aparentando ser uma criança birrenta que sempre teve tudo o que queria. Abriu a boca, e eu já previa que ela iria elevar a voz comigo
- Fiquei esperando o seu telefonema o fim de semana inteiro... - Pérola falou, um pouco irritada, mas tentando se controlar.
- Não tive tempo de lhe ligar nesse fim de semana... - Murmurei sem tirar os olhos da tela de meu computador. Sua voz já começava a me irritar
- O que andou fazendo no fim de semana todo que não teve tempo de me ligar ? - Já se exaltava um pouco.
- O que tive que fazer não lhe interessa.
- Está com medo de me falar a verdade ? Tal como não teve coragem de me defender lá na festa? Por causa de seu pai ? O papai mandou e você só obedeceu... - Sentou-se na beira da cadeira com ar amuado - Você faz tudo o que o papai manda... Incluindo ficar lá e fingir que babava a sua mulherzinha horrorosa... - Pérola é boa de cama, mas quando fala consegue sempre me deixar no limite... Como se não bastasse se achar no direito de invadir a minha sala, ocupar o meu tempo e me cobrar ligações como uma namorada ciumenta ainda resolvia piorar e ultrapassar todos os limites ao falar da minha vida privada. Falar de mim e da Lua daquele jeito me irritava. Não importa o que eu pense dela, Pérola falar daquele jeito com minha mulher é algo inaceitável!
 Não fale assim. Nunca te dei o direito de se meter em minha vida. Muito menos falar da minha mulher! - Me levantei rapidamente, fuzilando-a com o olhar. Pérola ficou assustada. - Saia daqui agora! – disse apontando para a porta. Pérola se levantou, mudando imediatamente de atitude e andando até mim com ar sedutor. Sentou-se em meu colo.
- Me desculpa, Thúthúzinho ? - Colocou as mãos sobre meu peito. Fiquei calado, olhando-a fixamente sem responder.
Ela fez bico e acariciou novamente o meu peito e baixou os olhos, se fazendo de inocente.
- Eu só fiquei com ciúmes, sabe? Porque eu queria dizer para toda a gente que você era meu e não dela... Queria ser eu a estar do seu lado todos os dias e todas as noites...- Continuei a ignorá-la, esperando que ela se cansasse do papel.
- Por favor, Thuthú, me desculpa... Você sabe que eu nunca pensaria em me meter na sua vida... - Farto dela, decidi que o melhor era dispensá-la o mais rápido possível.
- Tudo bem, Pérola! Está desculpada... – me levantei, forçando-a a se afastar – E agora importa-se de ir trabalhar? Temosum dia cheio hoje...
- Eu sempre trabalho, Thuthu... – A voz melosa e a postura dengosa ainda na insistência – Trabalho muito bem, não é? Tão bem que poderia até, quem sabe, substituir a Lua como Coordenadora de Marketing... Ou como sua esposa... - O ar doce, porém, venenoso continuava, e a tentativa fraca de sedução. A Pérola realmente não tinha a mínima ideia de com quem se tinha metido... Achava mesmo que eu era um idiota?! Nunca iria enfrentar a ira do meu pai para ficar com ela... Logo com ela que é uma mulher fácil e aparenta fazer tudo por dinheiro!
- Você NUNCA substituiria a Lua. Você é minha amante e não minha mulher. Entenda isto de uma vez por todas! A minha mulher
é e sempre vai ser unica e exclusivamente a Lua. Somente a LUA, entendeu? - Disparei, assustando-a ainda mais - Saia daqui! - Gritei novamente, e percebi Pérola dar um pulinho de susto - Saia daqui agora! - Passei a mão pelos cabelos, tentando controlar a irritação.

Lua POV


Estava à pensar... Pra variar, em Arthur. O fim de semana tinha passado num clima tão estranho... Parecia tudo tão
igual e ao mesmo tempo diferente. Confuso. Bem confuso... Pensava se a noite maravilhosa que tivemos poderia se repetir... Se, eu não teria que lhe embebedar para poder passar mais uma noite com ele.
Mas, e eu não teria que lhe embebedar para poder passar mais uma noite com ele.
Para me tirar dos pensamentos [desta vez] lá estava ela. A coisinha nojenta, chata, artificial... Pérola passava,com seu ar superior, intimidativo. Mas, não, não à mim, ela nunca me intimidaria. Não passava de uma mulher sem atrativos
o suficiente para não ter que andar com um vestido curtíssimo, decote, e rebolado. Mas, o pior de tudo, era que ela tinha o que eu não tinha... Algo que, era de meu direito. Lhe olhava com nojo, e ela parecia perceber meu olhar
- Está incomodada com algo, Senhorita Blanco ? - Andou até mim, com seu clássico olhar superior - Ops, desculpe-me. É 'Senhora Aguiar'... Às vezes me esqueço que tens um marido. - Meu sangue ferveu
- Não, não estou incomodada com nada... - Pausei - Na verdade, posso até estar... Acho que tua roupa não é adequada parao ambiente de trabalho
- Sério?! - Olhou a própria roupa - Seu marido não parece se importar com o que visto... - Minha vontade era de arrancar todos os fios de cabelo de sua cabeça, mas me contentei em apertar as mãos fortemente - Sabe, senhorita Blanco... - Continuou a falar, me atormentando com sua voz - Acho que deveria preocupar-se mais com seu marido... Ele me parece tão cansado e nervoso ultimamente...
- É mesmo?! Que estranho... Durante o fim-de-semana ele parecia bem relaxado. Não que isso te interesse, não é, Pérola? - Tentava ao máximo controlar a raiva que estava sentindo, e ela parecia querer perder a pose.
- Não sei o que a Senhora fez... Mas ele parece estar muito estressado. Foi difícil acalma-lo hoje, viu ? - Sorriu debochadamente
- Pode ter certeza que é muito difícil acalmá-lo todas as noites, manhãs... Ele tem muita energia, sabia ? - Levantei-me
da cadeira, lhe olhando nos olhos. Ela por sua vez ficou boquiaberta com o que disse - Agora, pode me dar licença ? Eu quero trabalhar! - Fuzilei-a com o olhar. Pérola apenas bufou, se retirando.
Esperava o Arthur na recepção, quando avisto Pedro vindo em minha direção. Não queria que mais uma vez ele viesse falar comigo... Será que não aceitava que nós não tinhamos mais nada e que agora eu era casada ?
- Oi minha linda - Pedro chegava, encostando-se perto de mim
- Não sou nada sua, não mais - Dei um passo pra atrás, e Pedro deu um passo à frente. ARG! Em pensar que eu um dia eutinha lhe desejado... Mas agora, depois de ter finalmente uma amostra do que era o meu marido na cama, pensar em Pedro me dava vontade de rir.
- Vá lá, Lua... Podemos pelo menos continuar amigos, não? – Com os dentes muito brancos, sorriu seu sorriso debochado que neste momento me irritava profundamente – Ou o seu marido tem muitos ciúmes para deixar você ter amigos? Pelo que sei ele anda bastante ocupado com outros... - Fez cara pensativa - Assuntos. - Não era preciso ser um gênio pra perceber o veneno por trás das palavras maldosas. Mas era preciso uma grande dose de auto-controle para não demonstrar o quanto a verdade das palavras dele me feria.
- Mas olha que meu casamento parece interessar a muita gente hoje... – Não resisti em fazer este comentário – É pena que todos falem sem saber realmente do que falam... - Pedro aproximou-se novamente, pondo a mão sobre o meu ombro.
- Ahh, Lua... Não precisa fingir comigo! Eu sei que gosta mesmo daquele idiota com quem casaste... Mas todo mundo sabe que ele se perde com qualquer mulher barata e fácil... Algo que você nunca foi! - Me senti novamente ferida, e vacilei ligeiramente. Seria bom, por um momento apenas, ceder á tentação de me abrir com o Pedro, de deixar cair a máscara de esposa feliz, amada e desejada. Queria poder compartilhar com alguém a confusão que havia na minha cabeça e no meu coração, as dúvidas que me assaltavam com uma frequência ainda maior desde a noite da festa.
- Pedro... - Interrompi-me ao ver o Pedro ser subitamente puxado para trás. O meu olhar desviou-se, e vi nada mais nada menos do que o meu marido, Arthur Aguiar, agarrando o meu ex-namorado pela gola do casaco.
- Eu já te avisei antes... SE AFASTE DA MINHA MULHER! – a cara de Arthur estava vermelha, e ele largou o Pedro como se ele não fosse mais do que um pouco de lixo nojento – Se eu te vir a menos de 10 metros dela novamente, te ponho na rua no mesmo segundo! E, te garanto, que ainda levas de indeminização a cara desfeita!
- Calma... Nós só estávamos conversando... - Pedro levantou-se, arrumando a gola da camisa - Mas eu bem que queria que estivéssemos fazendo outra coisa... - Olhou-me com malícia.
Eu segurei o braço do Arthur, temendo problemas. Mesmo sabendo que ele não gostava realmente de mim, sabia também que ele nunca deixaria passar uma provocação daquelas.
- Pois vai ficar só no querer mesmo. – disse Arthur passando o braço pela minha cintura e agarrando-me possessivamente – A Lua é minha... TODA MINHA! - Passou sua boca por minha bochecha, arrepiando-me - E nem sonhando você conseguirá ter o que eu tenho!
Pedro riu, e eu tremi. Estava no meio de uma luta de galos... E o pior de tudo era saber que provavelmente nenhum deles me queria realmente... Queriam apenas brigar um com o outro, sair vitoriosos daquelas provocações infantis!
- Eu conheci cada milimetro desse corpo muito antes de você, Aguiar! Ela é uma Leoa na cama, não é mesmo ? – sorriu malicioso, Pedro estava mantendo uma distância de segurança de Arthur – E lembro-me de cada pedacinho de cabelo dela... Pelo qual não hesitarei em lutar uma vez que você parece ocupado demais paquerando todas as suas empregadas aqui da empresa... - Adquiriu tom de deboche e superioridade
- Não paquero todas as empregadas da empresa! - Arthur parecia cada vez mais furioso - Não fale assim de Lua - Cerrou os dentes - Como assim conheces cada milimetro deste corpo antes de mim?! Não vai me dizer que já teve algo com Lua, vai?!
- Já... Ela não te contou ? - Com seu clássico sorriso debochado, continuou - Tua mulher não te contou que nós fomos namorados?
- Falou bem... Eram - Arthur deu um sorriso de pena - Agora, Lua é MINHA MULHER, e eu a quero bem longe de você.
Espero que você se mantenha longe dela! - Falou com raiva, puxando-me pelo braço. - Antes de sair completamente da empresa, conseguimos ouvir o grito de Pedro
- Eu posso até tentar... Mas não lhe prometo nada - Gargalhou alto.

Arthur POV

A raiva me consumia. Ver Pedro assim tão perto de minha mulher me deixava maluco... Queria poder quebrar todos seus dentes! E é claro que o faria, se lhe visse novamente tocando em Lua.
Será que os dois já haviam ficado mesmo juntos ? Não podia nem queria pensar que ele um dia já havia tocado em Lua...
Que já havia tocando em MINHA Lua! O jeito como falava dela... Era um atrevido FDP!
- Você já teve mesmo algo com ele? - Falei, abrindo a porta de casa e batendo com força a mesma a mesma - O que já rolou entre você e o Pedro? - Lua gemeu em protesto
- Arthur...
- Fala! - Elevei a voz - O que vocês dois já tiveram?
- Eu e ele éramos namorados e... - Hesitou em continuar
- E... ? - Encorajei-a
- E eu gostava dele... Mas terminei o namoro quando meus pais morreram - Graças a Deus! Quer dizer, não os pais dela terem morrido, apesar dela ter se separado dele. Ahh, vocês me entenderam! Mas não era isso que queria saber...
- Sei, mas eu quero saber o que já rolou mesmo entre vocês - gesticulei, sem saber o que falar - Se é que me entende...
- Arthur... - Lhe repreendi com o olhar - Já, já. Nós eramos namorados, afinal. - Droga! - Mas, você não tem nada a
ver com isso! Pedro fez parte do meu passado. Já a Pérola... Faz parte do teu presente! - Pérola, Pérola, Pérola... E
eu lá queria saber da Pérola! A única coisa em que pensava agora era minha mulher nos braços de outro homem!
- VOCÊ não tem nada a ver com o que acontece entre mim e Pérola! -
- Então se encarregue de mantê-la afastada de mim, porque não gosto nem um pouco de lidar com gente da láia dela!
- O que quer dizer com isso ? - Franzi o cenho.
- Que espero que mantenha sua amantezinha bem afastada de mim! - E por um acaso Pérola já havia se aproximado de Lua?!
Que eu me lembre, minhas ordens sempre foram muito claras... Entre mim e minha mulher, ela NUNCA se meteria!
- Da para ser mais clara ? - Falei entre dentes
- Eu estou tentando dizer, que Pérola foi falar comigo hoje, e fez QUESTÃO de esfregar na minha cara que tem algo
contigo! - Mas o que Pérola tem na cabeça, por Deus?! Agora ela já havia passado de todos os limites... - Agora... Ou você da um jeito nela, ou eu mesma dou! - Lua falou com raiva, subindo as escadas rapidamente. Mas, que jeito eu daria, afinal?! Pérola havia saído dos termos de ser minha amante... Agora, teria que escolher entre tira-la de vez da minha vida, ou ficar com ela...

Alguns dias haviam se passado, e minha irritação só aumentado ainda mais! Acabei optando por tirar Pérola de uma vez da minha vida... Isso evitaria que Lua arrumasse alguma briga com ela, o que, poderia provocar uma briga entre eu e meu pai, coisa que eu menos queria.
Estava muito sobrecarregado ultimamente... E esse calor infernal não ajudava em nada!
O toque de meu celular soou, me fazendo ficar ainda mais irritado. Até isso estava me irritando ultimamente.
- O que é?- Falei com raiva
- Arthur, onde está o respeito que tem com seu pai ? - Meu pai se mostrava irritado, mas logo rindo quando me ouviu bufar.
Meu pai adorava me ver irritado, fosse como fosse. Ele achava muita graça
- Desculpe, pai. Já estou irritado, sem saber o que fazer. Nestes ùltimos dias, parece que tudo vem desandando. Até
esqueci-me de olhar o visor pra saber quem era - Murmurei, passando as mãos nos cabelos
- Você anda muito cheio de trabalho, meu filho. Deveria tirar umas férias... Tem a chácara da família, que acha ? -Ótimo! Férias... Longe de trabalho, de irritação.
- Claro que quero!
- Então tá combinado... Vou ver que dia vamos - VAMOS? No plural?
- Iremos ? Quem mais vai ?
- A família toda. - Meu queixo caiu - Vou telefonar para todos... Férias em família, vai ser bom - Falou, parecendo feliz.
- Então vou ficar esperando sua ligação, pai... Abraço.
- Tchau, filho. E mande um beijo à Lua, ela também está precisando de férias e tenho certeza que vai adorar a idéia! -
desliguei o telefone, suspirando. Tinha uns primos malas, que enchiam o saco... Mas, por outro lado, tentaria
relaxar. Acho que meu pai chega a ter razão, Lua também está precisando tirar férias... Nós dois precisávamos. E eu me
esforçaria ao máximo pra tirar todos os problemas da cabeça.

Lua POV

Percebia, cada vez mais, que no decorrer dos dias Arthur vinha ficando cada vez mais cansado. Está certo, nós mal
trocávamos palavras desde o incidente com Pérola, mas ele mal chegava e já caía no sono, muitas vezes sem nem mesmo jantar. Só havia estranhado algo hoje... Assim que chegamos, havia dito que queria falar comigo. Isso era raro. Na verdade, isso era MUITO raro.
Ouvi os passos de Arthur descendo as escadas.
- Lua? - Chamou-me. Me virei, observando-o
- Sim?
- Meu pai me ligou de manhã, propondo que tirássemos férias... - Férias ? Seria uma boa... - O que acha ?
- Acho bom... Quando vai ser ?
- Ele acabou de me ligar, disse que é daqui à cinco dias
- Hm, ok... - Cinco dias ? Teria que arrumar muitas coisas... - Arthur concordou com a cabeça - Quanto dura daqui pra lá?
- Umas três horas, por aí...
- Está bem... - Falei, colocando sua comida. É, talvez tirar férias fosse muito bom!

Nenhum comentário:

Postar um comentário